A data
Neste sábado (18) é celebrado o Dia Nacional de Combate ao Abuso e à Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes. A data, instituída em 1998, surgiu com o intuito de conscientizar a sociedade e as autoridades sobre a gravidade da violência sexual.
Mas por que 18 de maio? O dia foi escolhido devido a um caso de muita repercussão ocorrido no ano 1973. No dia de 18 de maio deste ano, a pequena Araceli Sanches, de apenas 8 anos, foi sequestrada, drogada, espancada, estuprada e morta por homens de uma tradicional família de Vitória, no Espírito Santo. Na época, mesmo com toda repercussão, os acusados de cometerem o crime, Paulo Helal e Dante de Brito Michelini, não foram condenados, gerando grande revolta.
Casos
Em um balanço divulgado na última terça-feira (14) pelo Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos (MDH), no ano de 2018, o Disque 100 (responsável por receber as denúncias de violação aos direitos humanos) recebeu 76.216 denúncias envolvendo crianças e adolescentes. Dessas, 17.093 foram referentes à violência sexual. Neste ano, o serviço já registrou 4.736 denúncias de violação sexual.
Apesar de apresentar uma queda de 19% em relação ao mesmo período do ano passado, os dados ainda são alarmantes. E o que mais impressiona nesses casos é a proximidade das vítimas com os agressores. Em sua maioria, a violação acontece dentro do âmbito familiar.
Pode ser abuso
As agressões sexuais podem trazer consequências irreversíveis na vida das crianças e adolescentes. A Fundação Abrinq possui um site (http://www.podeserabuso.org.br/) que elenca algumas dessas consequências, que podem também ser entendidas, muitas vezes, como sinais para esse tipo de violação.
Consequências físicas:
- Hematomas, contusões e fraturas;
- Doenças sexualmente transmissíveis como gonorreia, sífilis, aids, entre outras;
- Lesões genitais;
- Gestação.
Consequências sociais:
- Evasão ou defasagem escolar;
- Isolamento;
- Solidão;
- Distúrbios psicológicos e emocionais que afetam na vida profissional.
Consequências psicológicas:
- Dificuldade de adaptação afetiva;
- Autodesvalorização;
- Dificuldade para se relacionar quando adulto;
- Distúrbios sexuais como aversão ao ato sexual, desprazer e incapacidade de sentir orgasmos;
- Problemas de personalidade como ansiedade, psicose e histeria;
- Agressividade e uso de drogas;
- Depressão causada pelo sentimento de culpa e/ou baixa autoestima;
- Suicídio.
Denúncias
Além do já citado Disque 100, as denúncias também podem ser feitas no Conselho Tutelar; em uma Delegacia; através do Disque 191 da Polícia Federal. Também é possível procurar qualquer unidade do Centro de Assistência Social (CREAS/CRAS) ou realizar a denúncia diretamente no Ministério Público ou no Poder Judiciário.
Fonte das informações: https://www.facabonito.org.br/a-campanha e http://www.podeserabuso.org.br/
